YangPlanet Weekly #2 – De olho em NY

Brasil cobra que países atualizem metas de redução de emissões antes da COP30

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou nesta quarta-feira (24) que os países atualizem as suas metas de redução nas emissões de gases de efeito estufa antes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). O brasileiro disse que, sem essas diretrizes, o mundo “caminha no escuro” para a destruição. A fala de Lula foi feita na sessão de abertura do evento sobre clima para os chefes de Estado e de governo, que aconteceu em paralelo à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O documento chamado de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) foi assinado em meio ao Acordo de Paris, em 2015, e determina os compromissos de cada país para as reduções nas emissões. Esse texto deveria ser atualizado pelos países até 2025.
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O sétimo limite planetário

Com a presença de outros chefes de Estado e mais de 100 países confirmados, a conferência começou com um senso de urgência em meio a alertas de cientistas sobre o ritmo insuficiente das ações climáticas. O pesquisador sueco Johan Rockström, diretor do Instituto de Potsdam, disse que o planeta já está a caminho do aquecimento de 3°C nos próximos 75 anos, caso nada mude. “O aquecimento global está acelerando, com impactos cada vez mais rápidos e fortes”, disse Rockström. Apesar do diagnóstico sombrio, o cientista destacou que ainda existe um “caminho estreito” para manter vivo o compromisso de limitar o aquecimento a 1,5°C, desde que a transição energética comece imediatamente, com foco na substituição dos combustíveis fósseis. Segundo ele, isso exigirá não apenas cortes radicais nas emissões, mas também remoções de carbono em escala.

Desenvolvimento de Baixo Carbono e protagonismo

O pronunciamento do premiê chinês Li Qiang na Assembleia Geral da ONU reforça o discurso da China como ator central e “responsável” nas agendas globais de clima e desenvolvimento. Li disse que o país está “confiante em manter o crescimento econômico” e repudiou medidas unilaterais que criam barreiras protecionistas, afirmando que elas alimentam a desaceleração global. Ao mesmo tempo em que a China reitera seu compromisso verde, busca moldar percepções de liderança climática. É uma pauta que estará em foco durante os fóruns da COP: protagonismo multilateral.

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Sustainable Business COP (SB COP)

Em Nova York, a iniciativa Sustainable Business COP, com empresas de 60 países, entregou 23 recomendações do setor privado para a COP30 ao presidente da conferência, embaixador Corrêa do Lago, criando um canal inédito de diálogo entre empresas e a diplomacia da ONU. Corrêa do Lago celebrou a iniciativa como prova do “sucesso” da COP30 no Brasil e afirmou que Belém pode inaugurar uma fase de COPs focadas na implementação. As recomendações abrangem transição energética, financiamento climático e soluções regenerativas; entre as metas estão chegar a 11 mil GW de energia renovável até 2030 e viabilizar a descarbonização de setores de difícil transição.

No evento, Michael Bloomberg destacou que é possível lucrar com sustentabilidade, enquanto Teresa Ribera, da União Europeia, alertou que “quem investe em combustíveis fósseis... vai perder dinheiro no longo prazo”

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