Créditos de carbono de remoção
11 de mar. de 2025

No mundo dos créditos de carbono, existe uma diferença fundamental entre evitar emissões e remover carbono da atmosfera. Os créditos de remoção pertencem a essa segunda categoria: são certificados gerados quando conseguimos capturar e estocar CO₂ equivalente diretamente da atmosfera.
Como funciona a remoção de carbono?
A maior parte das remoções feitas hoje são baseadas na fotossíntese:
Plantas e árvores capturam CO₂ do ar e o armazenam na biomassa e no solo.
Esses projetos, geralmente florestais ou agroflorestais, têm dominado o mercado de remoção. Um exemplo real: um projeto com 800 árvores por hectare pode gerar cerca de 10 créditos de carbono por ano.
Mas quanto CO₂ uma árvore remove?
Vamos considerar uma árvore média em crescimento na mata atlântica:
Uma árvore adulta em crescimento remove cerca de 13 kg de CO₂e por ano.
Seriam necessárias cerca de 76 árvores crescendo por 1 ano para gerar um crédito (1.000 kg de CO₂e).
Claro, isso varia conforme a espécie, clima, tipo de solo e manejo. Mas esse número dá uma ideia da escala necessária.

Remoções tecnológicas: o futuro
Apesar da fotossíntese ser a forma dominante, há tecnologias promissoras para capturar carbono:
DAC (Captura Direta do Ar): máquinas que sugam CO₂ e o estocam no subsolo.
Intemperismo acelerado: uso de rochas trituradas que reagem quimicamente com o CO₂.
Concreto com CO₂: reciclagem de concreto usando CO₂ como insumo.
Esses métodos ainda estão em fase experimental ou em escala muito pequena. O potencial é enorme, mas os custos ainda são altos.
Por que importa distinguir remoção?
Porque o mercado valoriza de forma diferente:
Créditos de remoção são vistos como mais "definitivos", pois tiram o carbono da atmosfera.
Créditos de redução evitam emissões futuras, mas não revertem o que já foi emitido.
Por isso, em termos de qualidade climática, a remoção tende a ser mais valorizada.
Em resumo:
Créditos de remoção são gerados ao retirar CO₂e da atmosfera.
A maioria hoje vem de projetos florestais, via fotossíntese.
Tecnologias de remoção estão crescendo, mas ainda são incipientes.
Esses créditos são cruciais para um futuro net zero, onde é preciso remover mais do que emitimos.
No próximo post, vamos explorar os créditos de redução, que também são essenciais na transição para uma economia de baixo carbono.